quarta-feira, 24 de junho de 2009

Discurso de Ivan Valente (PSOL)

Sr. Presidente, gostaria de registrar que neste exato momento a Polícia Militar ocupa, persegue e bombardeia estudantes da Universidade de São Paulo. Foi invadida a Universidade de São Paulo pela Polícia Militar. Nós queremos denunciar isso. O campus universitário é sagrado, é lugar de conhecimento e saber.

Estive até as 2 horas da tarde na Universidade de São Paulo me solidarizando com a greve dos professores, dos estudantes e dos servidores da USP. Eles têm reivindicações absolutamente justas e pedem a saída da Polícia Militar do campus.

Neste momento, houve um confronto na entrada da USP, e a Polícia Militar do Governador Serra, a pedido da Reitoria da USP, a Sra. Suely Vilela, invade várias Faculdades, perseguindo estudantes, jogando bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, bombas de efeito moral.

Queremos, neste momento, denunciar, repudiar que uma reitora de uma universidade, da Universidade de São Paulo, seu Estado também, Sr. Presidente, não consiga estabelecer uma negociação de diálogo com servidores, com estudantes e com professores.

Agora mesmo assistimos a cenas em que um grupo de professores da Associação de Docentes negociava com a Polícia Militar e várias bombas foram jogadas, dispersando as pessoas. A situação na Faculdade de História e Geografia está insuportável, as câmeras da GloboNews estão transmitindo direto.

Queremos, desta tribuna, denunciar a ação da Reitoria e da Polícia do Governador José Serra. Entendemos que essa é uma atitude inusitada, Sr. Presidente. Nós vivemos debaixo da ditadura militar, nós vivemos a ocupação do campus da Universidade de São Paulo pelo Exército Brasileiro.

Eu acho de uma estupidez a toda prova no lugar sagrado do campus se adentrar a Polícia Militar. Aliás, é um fermento para a greve, para a violência, porque universidade não é lugar de repressão. É lugar de reflexão, é lugar de conhecimento, de saber, de diálogo.

Por isso, Sr. Presidente, queremos manifestar mais uma vez o apoio aos docentes, ao funcionários e aos estudantes. E que a reitora mande retirar imediatamente a tropa e as bombas da Universidade de São Paulo, local de longa tradição de resistência e democracia.

Muito obrigado.

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